O que as roupas da minha filha me ensinaram

Alguns clichês da maternidade já se tornaram realidade por aqui. 2 meses de vida e Zuri já me ensinou que eu sou capaz de me acostumar a dormir pouco, que cada choro tem um significado e que roupas de bebês vão embora rápido.

Tivemos a sorte de ganhar muitas roupinhas, não gastamos nada com vestuário para nossa filha - com exceção de dois bodies que o André quis dar pra ela de Natal - e inclusive ganhamos mais peças do que a pequena cômoda dela é capaz de acomodar. Com tanta roupa e pouco espaço eu decidi separar as peças por tamanho e ficar basicamente com as de recém nascido, todas as maiores mandei pra casa dos meus pais com a ideia de ir buscar conforme ela for crescendo e perdendo o que está em uso. Pra quem não convive com bebês talvez isso não seja tão óbvio, mas as peças do tamanho recém nascido são aquelas que você não sabe nem se vai usar até o bebê nascer - dependendo do tamanho do baby, as roupinhas dessa numeração nem vão servir - e, como a Zuri nasceu pequena e demorou pra ganhar peso, pudemos aproveitar esse tamanho um pouco mais do que a maioria dos pais consegue. Mesmo assim eu vi ela perdendo as etiquetas RN com dor no coração e a frase típica de mãe na ponta da língua: "como ela cresce rápido!".

Separei as roupinhas menores com dor no coração, vi tip tops que ela nem chegou a usar, me fazendo lembrar que podia não ter repetido tanto aqueles looks que eram nossos favoritos pra aproveitar os que ela não chegou a vestir e me vi olhando pra uma pilha de novas peças, me apaixonando por novos looks - que vão ser repetidos com certeza - e já me sentindo nostálgica por saber que em poucas semanas eu estarei refazendo o mesmo processo com as peças novas. Bebês crescem rápido demais.

Nesse processo todo, tive um insight sobre como é importante tratar todo dia e todo momento como especial. Aquela história de "vou guardar essa roupinha aqui pra quando tiver uma festa" se transforma em arrependimento por não ter colocado a roupinha pra ficar em casa mesmo, pros pais ficarem babando em cima do bebê de vestido fofo e fazendo vídeos caseiros que serão parte dessa fase tão gostosa que são os primeiros meses de vida. Principalmente em tempos de pandemia e eventos cancelados, aquele momento especial que a gente tanto espera pra usar uma maquiagem nova, abrir um vinho ou vestir nossa filha com a roupa mais linda do guarda roupa pode ser o agora e eu tenho tentado cada vez mais viver celebrando cada dia como um dia especial.

E logo eu, que sempre fui tão ansiosa pelo futuro, finalmente estou aprendendo, junto com minha filha, a aproveitar o presente.