Mães de menina que não aguentam mais cor de rosa
- Tefi Paes
- 11 de mar. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 15 de mar. de 2022
Esse é o quarto de uma série de 5 posts. Para acompanhar a série toda sobre o assunto, é só clicar nos textos abaixo:
Quando eu descobri que estava grávida de uma pessoa que seria lida como "menina" já imaginei que iriam nos empurrar muita coisa rosa. É impossível entrar em uma loja infantil sem informar a genitália do seu bebê pra logo em seguida ser guiada até a sessão de roupas com a cor que consideram a correta.
A maioria esmagadora dos acessórios pra bebês no Brasil só são vendidos em rosa ou azul. Eu perdi a conta de quantas lojas eu rodei tentando achar coisas mais neutras, quantas pesquisas na internet e várias vezes eu tive que ceder e me contentar com o que tinha disponível assim mesmo.

Pra início de conversa, a história de que cor não tem gênero já é algo tão debatido que eu nem vou entrar nesse ponto, várias pessoas com mais currículo do que eu estão falando sobre o assunto na internet toda e pra nós aqui em casa isso é uma coisa básica. Mas outra questão que também me fazia buscar por roupas de outras cores é que eu sabia que corria o risco do pior acontecer, E ELE ACONTECEU: eu enjoei de cor de rosa.
Junto nesse ranço acabaram entrando outras cores também, por conta da poluição visual. Em resumo, eu vivo cansada e o excesso de informação tem me deixado muito irritada. Também já pesquisei sobre o quanto isso é prejudicial para os bebês e a única conclusão que eu chego é que nossa sociedade faz produtos pro adulto achar bonito e não levando em conta o melhor pra criança. Mas enfim, enquanto não rola uma mudança estrutural que me permita ter um ambiente mais tranquilo pra minha filha só me resta olhar pra quantidade de objetos rosas - os dela e os meus - espalhados pela casa e perguntar POR QUEEEEE? As cores que até então me ajudavam a passar uma mensagem e me animar agora estão causando o caos na minha cabeça cansada de puérpera.

Nesse post estou focando nas cores porque o foco é entender as mudanças que estão rolando no meu estilo de me vestir, mas quando avalio meu dia a dia de forma mais ampla eu percebo o mesmo padrão: eu ando muito cansada então o excesso de qualquer tipo de estímulo tem sido péssimo. Cores têm me causado aversão, mas o mesmo acontece com muito barulho, desordem, luzes fortes e afins. Aí a gente volta pro tópico estilo de vida já que esses outros incômodos vão afetar outras áreas da minha vida - um bom exemplo é que praticamente abandonei os podcasts que eu estava viciada desde o ano passado, preciso de silêncio, preciso ouvir meus pensamentos durante os poucos minutos de paz do meu dia.
Enjoar da minha cor favorita é um daqueles processos que me pegaram de surpresa, mas quando eu olho pro contexto faz todo o sentido.
Ficou curiose pra saber se vai sobrar alguma peça de roupa ou acessório cor de rosa do meu guarda roupa nessa brincadeira? Continua acompanhando essa série sobre estilo pessoal após minha entrada na maternidade. Até a próxima!
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